quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Trincheira e Copa do Mundo: qual a relação?

Muitos são os argumentos - a favor e contra - a execução do túnel na rua Anita Garibaldi sob a Av. Carlos Gomes. Um dos argumentos a favor é que a obra será importante para a realização da Copa de 2014 em Porto Alegre. A verba para a sua construção virá do PAC da Copa de 2014, um incentivo federal para obras importantes para a realização do evento.

Mas vamos pensar o seguinte: será que os torcedores aumentarão o volume de carros em Porto Alegre? O fluxo de visitantes à cidade em  veículos individuais não tem expressão que justifique os investimentos dessa natureza. A própria limitação dos lugares nos estádios dita esse raciocinio: as partidas de futebol a serem realizadas não terão nos estádios maior publico do que temos hoje nos jogos de interesse relevante.

A ação municipal no que se refere a esforços para o transporte publico e a frota de táxis é relevante, assim quanto à Estação rodoviária, relativamente. Já obras como a da Anita não são justificáveis pela Copa.

Sendo assim, é preciso considerar a utilidade da trincheira para além da Copa do Mundo.

Uma questão a ser analisada é a conveniência  do custo da sua execução. A Anita Garibaldi é via paralela à Av. Nilo Peçanha, onde já existe um viaduto, e à Av. Plinio Brasil Milano. Ambas as paralelas levam à zona norte da cidade. A Av. Plinio Brasil Milano , onde também está previsto a construção de um viaduto, oferece melhores condições técnicas de espaço e topografia, além da possibilidade de vias nos dois sentidos. O fluxo hoje na direção centro-bairro é  pequeno, pois a av. 24 de outubro possui uma única mão em direção ao centro da cidade.

Tanto a Nilo Peçanha quanto a Av. Plinio Brasil Milano tem funções de escoamento do fluxo de veiculos mais importantes que a Anita. Após a obra da Plínio - já confirmada para sair do papel -, o desvio do tráfego da Anita Garibaldi para as ruas Silva Jardim e suas paralelas em direção à Plinio Brasil Milano eliminaria a necessidade da trincheira, permitindo que a verba possa ser usada em uma obra viária necessária.

Em resumo: não há justificativas técnicas e econômicas para a trincheira.

É importante que a comitiva de técnicos do setor de Planejamento e Obras da prefeitura explique as razões, hoje duvidosas, da obra da Anita Garibaldi. É evidente que a transmissão de informações de Secretários em cargos políticos, para o convencimento, deve ser referendada por arquitetos e engenheiros do corpo técnico do Municipio.


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